Todo ano, a iF Design, realiza o IF Design Award, um dos maiores prêmios de design do mundo. E logo após a entrega de prêmios e consolidação dos resultados, eles criam um grande relatório que revela e aponta as tendências emergentes, que eles perceberam no prêmio e que acreditam possam vir a moldar o futuro do design. O relatório de tendências de design do iF para 2024 oferece uma visão abrangente das principais transformações e tendências que influenciarão o design nos próximos anos. Este artigo apresenta um resumo detalhado que nós fizemos dessas tendências. Importante dizer, tentamos manter a linha da estrutura do relatório original.

Introdução

Em tempos de mudanças transformadoras, o design desempenha um papel crucial na formação de nosso futuro. O relatório de tendências do iF para 2024, criado em colaboração com The Future:Project em Frankfurt, oferece uma visão holística das tendências de design interdisciplinares, relacionadas a importantes tendências tecnológicas e sociais. O objetivo é que, ao entender e alavancar essas últimas tendências, designers e empresas possam melhorar o impacto de seus produtos, projetos e serviços.

Transformações Principais

O relatório identifica seis transformações principais que moldam a sociedade e oferecem oportunidades significativas para o design:
1.Economia Consciente (Conscious Economy)
2.Digitalidade Humana (Human Digitality)
3.Eco Transição (Eco Transition)
4.Glocalização (Glocalization)
5.Revolução da Mudança de Mentalidade (Mindshift Revolution)
6.Co-Sociedade (Co-Society)

1. Economia Consciente

Descrição: A transição de uma sociedade orientada para desempenho para uma economia consciente é impulsionada pelas necessidades em mudança dos trabalhadores e pelo surgimento de novas tecnologias de IA. Designers têm a oportunidade de moldar essa nova economia, tornando-a mais criativa, saudável, sustentável e colaborativa.

Tarefas Principais:
•Redefinir o trabalho para um propósito mais significativo.
•Integrar IA e ferramentas tecnológicas para melhorar a eficiência e a criatividade.
•Criar ambientes de trabalho que promovam a saúde e o bem-estar.

A economia consciente reflete uma mudança de paradigma de uma economia focada exclusivamente no desempenho e na produção para uma que valoriza o propósito e o impacto social. Isso inclui uma reavaliação de como e por que trabalhamos, com um foco crescente em criar valor além do lucro imediato. Tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, estão desempenhando um papel crucial ao facilitar essa transição.

Exemplos Práticos:
•Estetoscópio Digital CORE 500™: Integra áudio de alta fidelidade, display colorido e ECG de 3 derivações, usando IA para detectar anomalias. Este dispositivo representa a interseção de tecnologia avançada e usabilidade prática, permitindo que profissionais de saúde realizem diagnósticos mais rápidos e precisos.
•Assistente de Diálise Digital NITO: Facilita a navegação pelo processo de diálise com informações claras e orientação intuitiva. NITO transforma um procedimento médico complexo em uma experiência mais gerenciável e menos estressante para pacientes e profissionais de saúde.
Além disso, a economia consciente também está ligada à criação de ambientes de trabalho que promovem o bem-estar dos funcionários. Isso inclui desde a ergonomia no design de escritórios até a implementação de políticas que promovam a saúde mental. As empresas estão percebendo que funcionários saudáveis e felizes são mais produtivos e inovadores.

Impactos no Design:
Designers têm a oportunidade de influenciar significativamente essa transformação, criando produtos e serviços que não só atendem às necessidades funcionais, mas também contribuem para o bem-estar geral. Isso pode incluir desde móveis de escritório ergonômicos até plataformas digitais que facilitam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

2. Digitalidade Humana

Descrição: A tecnologia está se humanizando através do design, criando interações mais naturais e intuitivas entre humanos e máquinas. Essa transformação é essencial para o desenvolvimento de tecnologias que se integrem perfeitamente à vida cotidiana.

Tarefas Principais:
•Humanizar a tecnologia para melhorar a usabilidade e acessibilidade.
•Desenvolver interfaces e interações que imitem a comunicação humana.
•Utilizar IA para criar soluções personalizadas e adaptativas.
A digitalidade humana trata da integração de tecnologia em nossas vidas de uma maneira que parece natural e intuitiva. Isso vai além de simplesmente criar interfaces amigáveis; trata-se de desenvolver tecnologias que entendam e respondam às necessidades humanas de forma empática e eficaz.

Exemplos Práticos:
•Sistema de Transporte Inteligente: Utiliza big data e algoritmos inteligentes para otimizar a logística e reduzir emissões de carbono. Este sistema demonstra como a tecnologia pode ser utilizada para resolver problemas complexos de maneira eficiente e ambientalmente responsável.
•EcoAdvisor para Navios: Sistema de suporte à decisão que monitora parâmetros internos e externos, fornecendo conselhos proativos para a operação eficiente e sustentável dos navios. A capacidade de antecipar problemas e fornecer soluções em tempo real é um exemplo de como a IA pode melhorar significativamente a eficiência operacional.
A digitalidade humana também está ligada ao desenvolvimento de tecnologias que se adaptam às preferências e comportamentos individuais dos usuários. Isso pode incluir desde assistentes virtuais que entendem contextos e nuances de comunicação até dispositivos de saúde que monitoram e respondem às necessidades dos pacientes de maneira personalizada.

Impactos no Design:
Os designers têm um papel crucial em garantir que essas tecnologias sejam acessíveis e inclusivas. Isso significa considerar uma ampla gama de usuários ao desenvolver produtos e serviços, garantindo que todos possam se beneficiar das inovações tecnológicas.

3. Eco Transição

Descrição: A transição ecológica é um ponto crucial para o design, impulsionando a necessidade de soluções que promovam a sustentabilidade e a regeneração ambiental.

Tarefas Principais:
•Promover o design circular para fechar ciclos de carbono.
•Desenvolver materiais sustentáveis e regenerativos.
•Criar espaços urbanos resilientes e adaptativos.

A eco transição envolve uma mudança fundamental na forma como pensamos sobre a produção e o consumo. Em vez de um modelo linear de “extrair, usar, descartar”, a economia circular promove o redesenho dos sistemas para que os resíduos sejam minimizados e os materiais sejam reutilizados de forma contínua.

Exemplos Práticos:
•Materiais Vivos: Pesquisa sobre materiais que podem se regenerar e contribuir para um ambiente mais sustentável. Esses materiais têm o potencial de transformar a construção civil, reduzindo a necessidade de recursos naturais e promovendo a sustentabilidade.
•Desenho Urbano para Adaptação Climática: Soluções de design para melhorar a resiliência das áreas urbanas às mudanças climáticas. Isso inclui a criação de infraestrutura que pode resistir a eventos climáticos extremos e a integração de espaços verdes que ajudam a mitigar os efeitos do aquecimento global.

A eco transição também envolve a adoção de práticas de design regenerativo, que vão além da sustentabilidade e buscam restaurar e revitalizar os ecossistemas naturais. Isso pode incluir desde a utilização de materiais biológicos que se regeneram até a criação de processos industriais que imitam os ciclos naturais.

Impactos no Design:
Para os designers, isso representa uma oportunidade de liderar a mudança para uma sociedade mais sustentável. Isso pode ser alcançado através da inovação em materiais, processos de fabricação e modelos de negócios que priorizam a longevidade e a eficiência de recursos.

4. Glocalização

Descrição: A glocalização (assim mesmo, não é erro não) conecta o global e o local, integrando influências culturais diversas para criar designs que ressoem em contextos específicos, ao mesmo tempo que mantêm uma relevância global.

Tarefas Principais:
•Integrar valores culturais locais em designs globais.
•Criar marcas que atuem como intérpretes culturais.
•Desenvolver produtos e serviços que atendam a necessidades locais e globais.

A glocalização é a interseção de globalização e localismo, onde os produtos e serviços são adaptados para atender às preferências e necessidades locais, mantendo uma relevância e apelo globais. Isso exige uma compreensão profunda das culturas locais e a capacidade de integrar essas nuances de maneira significativa.

Exemplos Práticos:
Design de Marcas Glocais: Estratégias de design que atuam como pontes culturais entre diferentes mercados. Marcas que conseguem se adaptar aos contextos locais, mantendo uma identidade global coesa, são mais bem-sucedidas em atrair e engajar consumidores.
Viagens Transformativas: Experiências de viagem que promovem a conexão cultural e a sustentabilidade. As empresas de turismo que oferecem experiências autênticas e sustentáveis conseguem criar laços mais profundos com os viajantes, promovendo um turismo mais responsável e consciente.

A glocalização também se reflete na forma como os produtos são desenvolvidos e comercializados. Isso pode incluir a personalização de produtos para atender às preferências locais, bem como a adaptação de estratégias de marketing para ressoar com públicos específicos.

Impactos no Design:
Para os designers, a glocalização oferece a oportunidade de criar produtos e serviços que não só atendem às necessidades funcionais, mas também ressoam culturalmente. Isso pode envolver a colaboração com designers locais e a incorporação de tradições e práticas culturais nos processos de design.

5. Revolução da Mudança de Mentalidade

Descrição: Esta transformação apoia uma nova era de bem-estar, com foco no design que promove saúde mental e física, além de criar ambientes que incentivem uma vida equilibrada.

Tarefas Principais:
•Desenvolver produtos e ambientes que apoiem o bem-estar mental e físico.
•Criar rotinas e rituais que integrem práticas de mindfulness e bem-estar.
•Promover a inclusão e a justiça social através do design.

A revolução da mudança de mentalidade reflete uma crescente consciência sobre a importância do bem-estar integral. Isso inclui não apenas a saúde física, mas também a mental e emocional. Com um foco crescente em estilos de vida saudáveis e equilibrados, há uma demanda por produtos e ambientes que suportem essas necessidades.

Exemplos Práticos:
Desenho de Espaços de Trabalho Saudáveis: Projetos que priorizam a saúde e segurança dos trabalhadores. Isso pode incluir desde a ergonomia no design de escritórios até a incorporação de espaços de relaxamento e meditação.
Espiritualidade Neo-Design: Novas formas de espiritualidade expressas através do design. Isso inclui a criação de produtos e espaços que incentivem práticas de mindfulness e bem-estar emocional.
A mudança de mentalidade também envolve a promoção da inclusão e da justiça social. Designers têm a responsabilidade de criar soluções que sejam acessíveis a todos, independentemente de habilidades físicas, econômicas ou sociais. Isso pode incluir desde o design universal até a criação de produtos que promovam a equidade.

Impactos no Design:
Para os designers, essa revolução representa uma oportunidade de criar produtos e ambientes que não apenas atendam às necessidades funcionais, mas também promovam a saúde e o bem-estar. Isso pode incluir desde a ergonomia no design de produtos até a criação de espaços que incentivem a interação social e a colaboração.

6. Co-Sociedade

Descrição: A co-sociedade promove a colaboração e a qualidade dos espaços públicos, utilizando o design para criar ambientes que incentivem a interação social e o engajamento comunitário.

Tarefas Principais
:
•Criar espaços públicos que promovam a qualidade de vida.
•Desenvolver soluções de design participativo.
•Integrar tecnologias que facilitem a colaboração e a comunicação.
A co-sociedade envolve a criação de ambientes que incentivem a colaboração e a interação social. Isso inclui desde o design de espaços públicos até a criação de plataformas digitais que facilitem a comunicação e a colaboração.

Exemplos Práticos:
Desenho Participativo com IA: Uso de IA para facilitar processos de design colaborativo em ambientes urbanos. Isso inclui a coleta de feedback dos residentes e a adaptação dos projetos às suas necessidades e preferências.
Espaços Públicos Híbridos: Criação de espaços que combinem elementos físicos e digitais para uma interação social enriquecida. Esses espaços permitem que as pessoas se conectem e colaborem de maneiras novas e inovadoras.
A co-sociedade também envolve a criação de soluções que promovam a inclusão e a participação de todos os membros da comunidade. Isso pode incluir desde o design de espaços acessíveis até a criação de plataformas que incentivem a participação cidadã.

Impactos no Design
:
Para os designers, a co-sociedade oferece a oportunidade de criar soluções que não apenas atendam às necessidades funcionais, mas também promovam a interação social e a colaboração. Isso pode incluir desde a criação de espaços públicos que incentivem a interação social até a utilização de tecnologias que facilitem a colaboração e a comunicação.

Conclusão

O relatório de tendências do iF para 2024 destaca como o design pode desempenhar um papel transformador em uma sociedade em rápida evolução. Ao abraçar essas seis transformações, designers têm a oportunidade de criar soluções que não apenas atendam às necessidades contemporâneas, mas também promovam um futuro mais sustentável, saudável e colaborativo. Através da inovação e da criatividade, o design continuará a moldar o mundo de maneiras significativas e impactantes.
Para obter mais detalhes sobre cada uma dessas tendências e explorar exemplos práticos, confira o relatório completo do iF Design Trend Report 2024.
Este artigo foi baseado no “iF Design Trend Report 2024”. Para mais informações, visite o site do iF Design Award e explore o relatório completo para uma visão detalhada das tendências emergentes no mundo do design e, para saber como tudo isso pode impactar tua empresa, fale com a gente, a melhor agencia de design gráfico de Curitiba.